Beneficiários do programa Bolsa Família fizeram uma fila na frente da Secretaria Municipal de Promoção Social e Combate à Pobreza (Sempre), em Salvador, na capital baiana, nesta quinta-feira, 27. Os favorecidos reclamaram que tiveram o benefício bloqueado.
As pessoas aglomeradas foram ao Sempre questionar a decisão da perda provisória do benefício. A interrupção foi determinada pelo Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome do governo Lula.
O Ministério justificou o bloqueio de 1,2 milhão de pessoas ao identificar um aumento significativo de cadastros de famílias unipessoais em 2022, ou seja, havia um cadastro para a mãe, um para o pai, e um para cada filho — todos, recebendo R$ 600 cada. Diante desse fato, se intensificou a suspeita de que boa parte desses novos cartões é consequência de informações falsas.
A suspensão do benefício tem sido feita pelo aplicativo do cadastro único (CadÚnico) e por SMS no celular. O benefício só volta a ser pago se o beneficiário regularizar o cadastro ao comprovar que mora sozinho e preencher os requisitos do programa social. O ministério estabeleceu um prazo de 60 dias para o recadastro de informações no sistema do CadÚnico.
De acordo com a coordenadora da Sempre, Neyla Menezes, mais de 86 mil pessoas tiveram o benefício bloqueado em Salvador. A maioria teria afirmado que mora sozinha e passou a receber o benefício no segundo semestre do ano passado.
Diferente dos beneficiários bloqueados, a ministra do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet, comemorou na quarta-feira 26, o corte no número do Bolsa Família. Ela afirmou que o governo vai economizar até R$ 7 bilhões com a revisão.