Nesta sexta-feira (23), completa um ano que este colunista sofreu um atentado contra a própria vida por escrever a verdade sobre a corrupção instalada no Amazonas. Eu tenho uma filha de 14 anos e falo dela neste momento para lembrar que sofri um ataque covarde que aconteceu em uma das ruas mais movimentadas de Manaus. Uma filha que poderia ter ficado órfã. Uma mãe, um pai e um irmão que poderiam estar chorando pela injustiça ocasionada por apenas exercer a minha profissão de jornalista. Mas, mesmo após algum tempo, continuo acreditando nas instituições Amazonenses e nas investigações.

Verdade
Iniciamos o programa Amazonas Diário, no Grupo Diário de Comunicação (GDC) com o objetivo de retratar a verdade doa a quem doer, e assim fizemos. Nos primeiros meses, exibimos diversas reportagens investigativas expondo a vida política do Estado, os contratos suspeitos e claro, milionários. Nosso bordão é “Nada vai ficar debaixo do tapete!”, pois não temos políticos, empresários, ninguém de ‘estimação’.

Contrato
Vamos confessar que isso irritou muita gente, e surgiram as ‘ameaças’ contra o nosso programa, contra esta coluna e contra as pessoas que trabalhavam com a gente, os famosos ‘recadinhos’, mas seguimos firmes e em frente, pois temos esse objetivo, de realmente falar a verdade, de alertar a população amazonense sobre tudo o que acontece no nosso Estado, tão amado e claro, rico. Esse rico tem dois sentidos, beleza, cultura e biodiversidade, mas também de recursos públicos, sendo alvo fácil dos ‘predadores’.

Atentado
Após um dia inteiro de trabalho no GDC, ao sair do programa Amazonas Diário fui seguido por dois veículos. Cinco homens bateram um carro contra o meu, que conseguiu ‘quebrar’ o vidro blindado e, em seguida, desceram armados e iniciaram as agressões contra mim e ao meu amigo e cinegrafista profissional. Um deles chegou até a mim e disse ‘você está falando muito em seu programa e deve para muita gente. Nós vamos te matar’. Quando percebi o perigo, saí do local correndo. Um grupo de seguranças de um estabelecimento comercial me amparou. Quando voltei ao veículo, vi que tinham levado dinheiro e objetos pessoais para talvez ‘simular um assalto’.

Gratidão
O atentado contra a minha vida mostrou como a imprensa precisa estar unida e agradeço imensamente a cada veículo de comunicação que prestou apoio, pois sentimos na pele como é difícil falar a verdade. Um ano após o atentado, continuo confiante que as investigações possam apontar os envolvidos. Mas, também quero expressar que a agressão mostra que incomodamos, nosso trabalho é bem feito, nos esforçamos pelo ‘furo’, conquistamos nossas fontes e você leitor, é o nosso combustível.

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