Quinta-feira, 11 Setembro

Wilson Lima (UNIÃO) e Roberto Cidade (UNIÃO) são os maiores protagonistas de algumas das maiores polêmicas e escândalos envolvendo a pandemia da Covid-19, dinheiro público, possível envolvimento com o tráfico de drogas, apoio de estelionatário durante campanha eleitoral, infração de trânsito e suposto esquema de viaturas. Lado a lado, o Executivo e o Legislativo estadual vão minando qualquer esperança do cidadão amazonense de ter dignidade na saúde, na segurança, na educação ou em qualquer outro setor administrado por eles.

Contrato suspeito na pandemia

Por meio da Secretaria de Estado de Educação do Amazonas, Wilson Lima destinou R$ 30,2 milhões para Roberto Cidade, por meio de um contrato firmado com a empresa de sua família, a Navegação Cidade Ltda, que deveria prestar “serviços de transporte escolar para atender aos alunos do Ensino Regular e do Projeto Ensino Médio e Fundamental com Mediação Tecnológica matriculados na Rede Estadual de Ensino, nos municípios de Boa Vista do Ramos, Barreirinha, Maués, Nhamundá, Parintins e Urucurituba” em plena pandemias de Covid-19.

Enquanto a família Cidade enriquecia recebendo milhões por serviços que supostamente não prestou, dadas as circunstâncias, os amazonenses sofriam e morriam aos milhares por falta de oxigênio.

O caso sequer foi investigado pelo Ministério Público (MP-AM) ou pela Polícia Federal.

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Polêmica das viaturas

Em toda a sua gestão, Wilson Lima destinou R$ 236 milhões em aquisição de viaturas para a segurança pública do Estado. Deste valor, R$ 14,8 milhões foram pagos para a Navegação Cidade Ltda, empresa administrada pelo pai e pelo sobrinho do deputado, sendo outrora gerenciada pelo próprio Roberto Cidade.

Contratos da Navegação Cidade com o Governo do Estado

Três contratos foram o suficiente para forrar os bolsos da família Cidade. Enquanto isso, os policiais militares precisam fazer “pegar no tranco” o que resta das viaturas sucateadas.

Já a população precisa entender que ficar a mercê do crime e da violência é tudo o que o governador do Estado tem a oferecer para quem o elegeu.

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Cidade mais violenta x Assembleia Legislativa menos transparente

E falando sobre (in) segurança pública, Wilson Lima conseguiu um feito quase impossível: colocar Manaus como uma das capitais mais violentas do país e do mundo.

A Paris dos Trópicos está manchada de sangue, corrupção e insegurança por conta da péssima gestão de Wilson Lima e a conta, quem paga, é o cidadão amazonense.

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Por outro lado, Roberto Cidade, seguindo a cartilha de seu mestre, se tornou o presidente da Assembleia Legislativa que é avaliada como a 6ª pior transparência do Brasil.

Na avaliação, o único “ponto forte” da ALEAM é a comunicação que, por pura conveniência, só veicula informações, decisões e pautas positivas para a imagem dos deputados que são orquestrados por Wilson Lima. Nos demais, a Casa recebeu notas baixas por não conter informações básicas como por exemplo dados de servidores, contratos firmados, viagens dos parlamentares, entre outros.

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Ligações com o crime

Roberto Cidade possui como um de seus maiores cabos eleitorais a pessoa de Erick Hudson da Silva Alves, que é réu em um processo por crime de estelionato, ocorrido em 2017 em uma transação de venda de automóvel. Na época, Hudson atuava como contador de empresas.

Leia mais: Acusado de estelionato é um dos principais cabos eleitorais de Roberto Cidade

No entanto, de 2019 a 2023, Erick Hudson foi o diretor-presidente da Agência Amazonense de Desenvolvimento Econômico, Social e Ambiental – (AADESAM), vinculada ao Governo do Estado, comandado por Wilson Lima.

No anúncio de sua exoneração, Erick afirmou que estava deixando a AADESAM para assumir uma nova missão dada por Lima.

Atualmente, ele é um dos maiores apoiadores da campanha de Roberto Cidade, além de estar apoiando a candidatura de sua esposa, Tainara França, a vereadora de Manaus.

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Além de um estelionatário, Roberto Cidade também escolheu como um dos seus coordenadores de campanha de rua um cabo eleitoral que já foi preso por tráfico de drogas pela ROCAM, em Manaus.

Trata-se de Pedro Paulo Militão da Silva, vulgo Paulinho Paraibano, que distribui os “santinhos” do escolhido por Wilson Lima para representar o grupo na corrida política. Paulinho aparece em imagens, obtidas com exclusividade pelo PAB, agitando bandeiras e coordenando uma equipe com vasto material de campanha de Roberto Cidade.

Paulinho Paraibano foi preso em 2017 com 45kg de maconha e R$ 4 mil na Zona Centro-Sul de Manaus.

Como o Estado e a capital se tornarão seguros quando, na verdade, tanto Wilson Lima quanto Roberto Cidade apoiam e são apoiados por pessoas ligadas diretamente a crimes?