A Polícia Civil prendeu, nesta sexta-feira (10), o capitão da PM Helton Jhon Silva de Souza, 48 anos. O ex-chefe de segurança do governador Antônio Denarium é suspeito de envolvimento na morte do casal Flávia Guilarducci, de 50 anos, e Jânio Bonfim de Souza, de 57 anos, crime suspostamente ligado à grilagem.
Helton John foi envolvido no crime após a PC encontrar um áudio no celular de Flávia, gravado dentro da residência do casal, onde a voz dele foi identificada antes dos disparos fatais. Os dois foram mortos na cidade de Cantá, interior de Roraima, no dia 23 de abril, na Vicinal do Surrão.
A prisão do capitão foi confirmada pelo comandante-geral da PM, coronel Miramilton Goiano. A PMRR ainda não se manifestou sobre a prisão, mas Helton está afastado desde que o nome dele apareceu nas investigações.
Medo de ser executado
Antes de ser preso, Helton John gravou vídeo para dizer que está com medo de ser executado. Considerado um potencial arquivo vivo de uma suposta rede criminosa, no vídeo o Polícia Militar aparece assustado.
“Desde ontem tem um carro escuro todo fumê, eu sei que é um Siena, mas não consegui pegar a placa. Mas desde ontem tenho percebido que está tipo me seguindo ou me encampanando”, afirma. O PM não se apresentou à Polícia Civil para ser ouvido, e no fim de semana foi filmado jogando futevôlei com os amigos, bem diferente do vídeo gravado para relatar medo.
Duplo homicídio e grilagem
O duplo homicídio do qual o PM Helton é investigado, supostamente envolve disputa por posse de terras em Roraima.
O esquema supostamente sob a liderança do governador Denarium é denunciado no ministério público federal, polícia federal e em órgãos internacionais como suposto líder do esquema de grilagem de terra, e o PM é visto como um potencial delator.
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O casal foi morto a tiros na vicinal do Surrão, no município do Cantá, onde teve a casa invadida no dia 23. No dia seguinte, Jânio Bonfim de Souza, de 57 anos, não resistiu aos ferimentos e morreu. A esposa dele, Flávia Guilarducci de Souza, de 50 anos, foi baleada na cabeça e na boca, e morreu cinco dias depois, no domingo (28), no Hospital Geral de Roraima (HGR).
Os dois suspeitos presos foram identificados como Genivaldo Lopes Viana, de 53 anos, e Luiz Lucas Raposo da Silva, de 35 anos. A Polícia afirma que o caso segue em investigação.