A ministra Marina Silva foi direta ao senador amazonense Plínio Valério nesta segunda-feira (27), durante seu depoimento na CPI das Ongs presidida pelo tucano. Acusada de ser a culpada pelo não asfaltamento da BR-319, ela disse que saiu do Ministério em 2008 e só voltou agora.
“O estado do Amazonas teve ministro dos Transportes, tem senadores, deputados federais, teve até um vice-presidente [da República], e durante esses 15 anos essa estrada não foi feita”.
Marina foi acusada de atrapalhar a obra tanto por oposição, quanto por situação. O senador Omar Aziz e o deputado estadual Sinésio Campos foram dois que a atacaram.
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“Eu saí do Ministério do Meio Ambiente em 2008. Eu estou voltando em 2023, portanto, 15 anos depois. Por que não fizeram a estrada?”.
Plínio disse em suas redes sociais que Marina impede o direito de ir e vir dos amazonenses. “Depois de 15 anos dizer que a estrada não foi feita porque eu não dei a licença…”.
PASSEAR DE CARRO
Apesar da fala, Marina justifica sua negativa em relação às obras. “A não ser que seja para converter os mais de 400 quilômetros de floresta virgem em outra atividade, não tem viabilidade apenas para passear de carro, sem estar associado a um projeto produtivo”.
E ressaltou que em 2007 deu autorização para obras de asfaltamento na BR-319 que nunca foram feitas no Amazonas. “Tem a licença, mas não foi asfaltado. Por quê?”.
Marina ainda disse que o oxigênio demorou a chegar a Manaus na pandemia pela estrada por “incompetência e incapacidade” de Bolsonaro.
“E o senhor vem dizer para mim que as mortes devem ser imputadas a mim, porque não deixei fazer a estrada?”.