Quinta-feira, 17 Abril

O ex-sócio de Flávio Bolsonaro (PL-RJ), o empresário Alexandre Santini, afirmou na Justiça que o senador utilizou R$ 200 mil em espécie para abrir a loja de chocolates da Kopenhagen, que ambos possuíam em sociedade. 

Essas informações, obtidas pelo portal Metrópoles, integram uma ação judicial movida pelo empresário contra o filho do ex-presidente Jair Bolsonaro, e estão relacionadas a uma alegada dívida de quase R$ 1,5 milhão. Segundo Santini, esse montante seria decorrente de uma distribuição desigual nos lucros e no valor proveniente da venda da loja.

O empreendimento em questão estava localizado em um shopping na Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro, e foi alvo de quebra de sigilo bancário durante uma investigação do Ministério Público fluminense relacionada ao escândalo das rachadinhas no gabinete de Flávio na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj).

O MP alega que a franquia foi usada para lavar dinheiro do esquema que seria gerido pelo ex-assessor Fabrício Queiroz, na Alerj. 

No entanto, a denúncia do caso foi arquivada após o Superior Tribunal de Justiça (STJ) anular todas as decisões proferidas pelo juiz responsável pelo processo. Após o episódio, Flávio vendeu a loja, dando início ao imbróglio judicial. 

Entenda o caso
A disputa entre Santini e Flávio, revelado pelo Metrópoles, resultou em uma reclamação pré-processual apresentada pelo empresário à Justiça do Distrito Federal. Na petição, Santini alega ter direito a receber R$ 1,5 milhão de Flávio.

Esse cálculo se baseia nos resultados da loja. No primeiro ano de operação do negócio, em 2015, o empresário recebeu apenas R$ 23,1 mil, enquanto o senador obteve um lucro total de R$ 734 mil.

“Salta aos olhos a incompatibilidade entre os valores, já que reclamado, já no primeiro ano de funcionamento da loja, lucrou quase que a integralidade do aporte inicial feito para aquisição do empreendimento, sendo que a vultuosa quantia a ele destinada, R$461.000,00 (quatrocentos e sessenta e um mil reais) foram pagos ao reclamado em dinheiro”, diz o processo.