Depois que topou fazer um acordo de delação premiada para contar o que viu e fez nos tempos em que esteve ao lado de Jair Bolsonaro, o tenente-coronel Mauro César Cid se aproximou sensivelmente da atual cúpula do Exército.
Na prática, entre ficar ao lado do ex-presidente, enredado em uma série de investigações, e recorrer à segura rede de proteção oferecida pela caserna, o ex-faz-tudo de Bolsonaro preferiu a segunda opção.
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A mudança de postura, acompanhada da decisão de ir adiante com a delação, ocorreu a partir de costuras feitas pelo pai dele, o general da reserva Mauro César Lourena Cid, com o comando do Exército.
Bolsonaro magoado
Bolsonaro sentiu. Entre as pessoas do seu entorno, já não faltam adjetivos pouco ou nada elogiosos para se referir a Mauro Cid, o ex-ajudante de ordens, e sobram críticas contundentes à postura do pai, que cortou por completo os canais de comunicação. Com Cid filho também não há qualquer interlocução, nem mesmo por vias transversas, garante uma pessoa próxima.
Teoricamente, os contatos com Jair Bolsonaro não poderiam mesmo existir porque o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, os proibiu. É sabido que em situações assim é comum as partes mandarem e receberem recados. Mas nem isso tem acontecido. Já estava assim pouco antes da delação.