Quinta-feira, 11 Setembro

O vice-prefeito de Borba, José Pedro Freitas Graça, fugiu para Manaus depois de deixar o comando da cidade desde que a Justiça devolveu o cargo para Simão Peixoto, que havia deixado a cadeira após ser preso acusado de corrupção.

De acordo com o ex-aliado, o prefeito passou na porta de sua casa na cidade, ameaçando mandar invadir, xingando palavrões e tornando sua presença no município inviável. “E eu fiquei trancado, com a minha família dentro da minha casa, porém as ameaças não pararam”, afirma.

“A primeira vez que ele foi preso, a população realmente foi consolidada, inclusive eu estava, fui recebê-lo, deu uma população gigantesca, agora na segunda não passou de quinhentas pessoas. Então aí começa a revolta do Simão”, afirma.

Leia mais: Simão Peixoto retornará ao cargo de prefeito de Borba nesta sexta-feira (6)

Além de sair da cadeia, Simão obteve uma vitória política na cidade, após vencer um processo de impeachment que correu contra ele na Câmara Municipal. Fortalecido, voltou ao comando.

“O prefeito Simão voltou com aquela mesma arrogância e agora eu acredito que bem pior por conta que as ameaças continuam, muitas exonerações desde o dia 8 pra cá continuam. As pessoas que fizeram parte não do José Pedro e sim da prefeitura, quem ajudou a gestão ele está mandando embora pra casa. Perseguindo todo mundo”, declarou José Pedro.

Leia mais: Câmara de Borba realiza Sessão Extraordinária para reconduzir Simão Peixoto ao cargo

Conhecido por seu temperamento explosivo, Peixoto mete medo no vice, que promete acioná-lo judicialmente. “Me chamou de muitos nomes pejorativos, que eu tenho tudo gravado, estou representando isso na Justiça. Fez várias ameaças, que ia mandar invadir a minha casa”, disse.

PRISÃO POR CORRUPÇÃO

Peixoto está solto mas usando tornozleira eletrônica. No dia 23 de maio, o Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), do MPAM, deflagrou a Operação Garrote apontando a existência de uma organização criminosa, chefiada pelo prefeito de Borba.

A operação buscava cumprir 11 mandados de prisão – incluindo do prefeito de Borba e da primeira-dama -, e outros 84 mandados de busca e apreensão.

O MP afirmou que Simão Peixoto cometia fraudes em licitação, lavagem de dinheiro e corrupção ativa e passiva, na Prefeitura do Município.

O documento aponta, ainda, que o grupo criminoso – que também envolve parentes próximos do chefe do Executivo Municipal, agentes públicos e pessoas jurídicas – cometeu uma série de fraudes nos procedimentos licitatórios de Borba, desviando R$ 29,2 milhões.

AMEAÇAS

Peixoto também prometeu bater na vereadora Tatiana em outubro do ano passado. A adversária política o denunciou e o MP pede que ele pague multa de R$ 500 mil pelas ameaças.

A parlamentar disse também que foi colocada de plantão distante de seu local de trabalho e em duas datas festivas: Natal e Ano Novo. Ela é enfermeira.

SOCO

Peixoto também deu um soco no presidente da Assembleia Legislativa do Amazonas, deputado Roberto Cidade. Sobre as acusações do vice, ele não disse nada até o momento.