Domingo, 19 Janeiro

Meu telefone tocou às 20h, o número tinha o prefixo (95), o interlocutor pediu que mantivesse o sigilo absoluto da fonte. Do outro lado da linha, um amigo dos tempos que a secretária de saúde do Estado de Roraima, Cecília Lorenzon ainda fazia amigos. Um amigo dos tempos difíceis. 

Conversamos por cerca de 30 minutos. A fonte me contou com riquezas de detalhes a relação perigosa entre a secretária Cecília Lorenzon, seu marido Wilson Fernando Basso e o empresário Anderson Duarte Paniago. 

A fonte revelou que a vida de Cecília Lorenzon e Anderson Duarte se cruzaram em 2006, o ano em que Wilson Basso, marido de Cecília, foi preso pela Polícia Federal por receptação. Ele e um comparsa foram acusados e presos em flagrante por estarem com documentos falsos que autorizam o transporte de produtos florestais. 

Wilson foi levado ao Presídio Federal Urso Branco, mas rapidamente conseguiu um alvará de soltura. Conforme os autos do processo, o comparsa de Wilson foi absolvido, mas Basso foi condenado. 

A fonte me enviou um Processo Administrativo Disciplinar – PAD que envolve um membro da família do empresário Anderson Duarte Paniago.

O membro da família do empresário Anderson Duarte Paniago que responde ao  PAD é funcionário da Polícia Federal. O PAD é um instrumento destinado a apurar responsabilidade de servidor por infração praticada no exercício de suas atribuições.  

Nos próximos dias, o nosso jornalismo investigativo vai mostrar quais os favores que a secretária Cecília Lorenzon e seu marido Wilson Fernando Basso devem para o empresário Anderson Duarte Paniago e para o membro de sua família que é funcionário da Polícia Federal. 

Nossa equipe também vai revelar com detalhe esse Processo Administrativo e como Wilson Fernando Basso foi favorecido pelo parente do empresário.

Ainda neste mês, denunciamos que Lorenzon estaria contratando a Mais Vida Soluções em Saúde Eireli, inscrita no CNPJ nº 13.014.354/0001-37 de forma ilegal, já que Lei de Licitações diz que só pode dispensar licitação por 90 dias (três meses) e prorrogar por mais 90 dias (mais três meses), ou seja, ao todo 180 dias.

A equipe da Secretaria de Estado de Saúde de Roraima estaria acostumada a realizar um “procedimento ilegal” para prorrogar contratos. Após um ano, a pasta pretende contratar o mesmo serviço por 500% mais caro. 

Coincidentemente, a Mais Vida Soluções em Saúde Eireli, que está faturando há anos na saúde pública de Roraima, pertence a duas pessoas, aos empresários Anderson Duarte Paniago e Francisca Rosangela Albuquerque Melo Paniago. A empresa foi aberta em 2010 com capital social de R$ 2,5 milhões.

Cecília declara Estado de Guerra para infligir Lei e contratar empresa com sobrepreço. Veja o vídeo abaixo: