O ex-deputado federal Humberto Michilles, 70, e vice na chapa de Amazonino Mendes (Cidadania) a governador do Amazonas nas eleições de 2022, lamentou a morte do político e disse que dificilmente uma pessoa não gostava ou admirava Amazonino. A entrevista aconteceu na manhã desta segunda-feira (13), no programa Fiscaliza Geral, na Rádio Onda Digital.
“A maior homenagem que ele recebia, a que mais sensibilizava era o reconhecimento, era o carinho do povo. Era isso que motivava o Amazonino na vida pública, declarou.
Humberto Michilles disse que ainda não absorveu com naturalidade a partida do amigo, que teve 40 anos anos de presença marcante no cenário político do Amazonas.
“O que parece ser uma coisa esperada, ele já estava internado há algum e gente não absorve com naturalidade. No meu caso, não estava preparado pra vida sem a presença de Amazonino”, declarou.
Emocionado, Michilles disse ainda que diferente de muitos políticos, Amazonino tinha uma visão de estadista e deixou um grande legado. O que diferencia um simples político de um estadista é que o politico comum está preocupado com a próxima eleição, o estadista está preocupado com as próximas eleições.
“Era um homem muito a frente do seu tempo, um visionário, uma força de vontade, uma determinação, um desejo de fazer, de mudar, de melhorar, de oferecer oportunidade para as pessoas. E foi isso que motivou o Amazonino, essa foi a força que fez o Amazonino construir este legado”, disse Michilles.
Dentre as obras, Humberto Michilles revelou que Amazonino gostava de incentivar a cultura do Estado. Dentre as grandes ações, destacou a reforma do Teatro Amazonas, a produção de livros e a implantação do Bumbódromo de Parintins, que elevou a cultura regional a um novo patamar. Segundo Michilles, o objetivo de Amazonino era a construção da identidade e auto estima do amazonense.
“Parintins tem duas realidades, uma antes e outra depois de Amazonino. Uma antes da construção do Bumbódromo e outra depois, quando ganhou uma dimensão extraordinária porque o Amazonino não se limitou também apenas a construir o Bumbódromo. Ele articulou, exerceu a sua influência de governador para dar um destaque a Parintins”, afirmou.
Outra grande ação de Amazonino foi a doação de motores rabeta para comunidades ribeirinhas. A ação estava intimamente ligada a infância do político interiorano, que acompanhava do beiradão de Eirunepé, trabalhadores caboclos que usavam barcos a remo que exigiam bastante esforço.
Da mesma forma e com o mesmo sentimento foi a doação de motosserras aos caboclos durante uma campanha, que lhe e rendeu críticas internacionais. No entanto, o objetivo era apenas aliviar o esforço no trabalho rural, tirando o machado das mãos calejadas dos ribeirinhos.
Obras de infraestrutura urbanística também ganharam destaque, dentre elas a regularização de áreas de invasão e oficialização de bairros, construção e apoio de conjuntos habitacionais.
Ele asfaltou ainda a BR-174, que era da competência do governo Federal. “Ele dizia, que a competência era do governo federal, mas a estrada era do Amazonas”, lembrou Michilles.
Michiles declarou a admiração ao parceiro político que teve a oportunidade de conviver de forma mais próximas nos últimos anos.
” Eu quero registrar aqui a grandeza do ser humano. Aliás, pra fazer a obras que ele fez, com acessibilidade que ele teve, tinha que ser um grande ser humano. Não podia ser alguém pequeno, mesquinho. Que não tivesse a marca da generosidade, da grandeza. Daquela determinação de dizer assim: Que justiça pro meu povo, eu quero oferecer oportunidade. Com pouca idade ele enfrentava o sistema daquela época porque ele subia nos caixotes e era esquedista porque ele via a necessidade que tinha o povo”, declarou.