Em meio ao despreparo da atual gestão do Governo do Amazonas, está o descaso rotineiro com a saúde pública. Não são apenas as investigações de órgãos de controle e da Polícia Federal, citando o caso da compra superfaturada dos ventiladores pulmonares em uma loja de vinhos, mas os relatos de quem está na ponta, são os fatos concretos que reforçam que quem está realmente doente é o governo. Nesta semana, acompanhamos e lamentamos a morte da enfermeira infectada por Covid-19 no início da pandemia, durante o trabalho contra o vírus, que com sequelas, foi abandonada pelo Estado em uma cama de hospital sem assistência devida.

Contratos milionários

Nesta sexta-feira (20), a Secretaria de Estado de Saúde do Amazonas (SES-AM), empenhou mais de R$ 16,3 milhões com a empresa Manaós referente a serviços de enfermagem. No dia anterior, na quinta-feira (19), a SES-AM empenhou mais de R$ 37,2 milhões favorecendo a Segeam que também possui contratos na saúde. Os documentos foram publicados no Portal da Transparência do Amazonas.

Atraso salarial

Apenas em dois dias, foram empenhados mais de R$ 53,6 milhões, mesmo com todo esse valor destinado pelo Governo do Amazonas para as empresas que possuem contratos nas unidades de saúde, os profissionais não conseguem receber seus salários em dia. Muitos enfermeiros, segundo divulgado em 27 de julho por esta coluna, relatam que não recebem há quatro meses, causando diversos prejuízos, como contas atrasadas e principalmente, comprometendo o prato de cada dia para a família.

Profissional abandonada

Nesta semana, familiares, amigos e colegas de trabalho, se despediram da enfermeira Keila Monteiro que lutava contra as sequelas da infecção por Covid-19. De acordo com a família, a profissional da área da saúde, trabalhou na linha de frente contra o vírus quando se infectou. Keila, ficou internada, lutou contra o vírus mas não venceu o descaso do Governo do Amazonas.

Sequelas da Pandemia

Muitos profissionais que trabalharam na linha de frente contra a Covid-19 se contaminaram, principalmente no início da pandemia como relatou a presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Santas Casas, Entidades Filantrópicas e Religiosas e Estabelecimentos de Saúde do Estado do Amazonas (Sindpriv-AM), Graciete Mouzinho. “No início da pandemia tinha uma deficiência enorme de Equipamentos de Proteção Individual (EPI’s). Não tinha os equipamentos adequados e todo mundo sabia, e só disponibilizaram depois de muita luta e denúncia no Ministério Público do Amazonas (MP-AM), mostrando a falta de respeito do Governo”, disse.

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