As mortes violentas intencionais (MVI) na Amazônia se conectam às redes de narcotráfico e desmatamento, segundo análise do projeto “Cartografias da Violência na Amazônia”, do Fórum Brasileiro de Segurança Pública em parceria com a Universidade do Estado do Pará e o Instituto Clima e Sociedade ( ICS). O estudo mostra como os diferentes modais de transporte da região são utilizados no crime organizado e como há uma sobreposição territorial de diferentes ilegalidades e violências.

Segundo o estudo, narcotráfico, desmatamento, grilagem de terras ou garimpos ilegais são tipos de ilegalidades que, no mundo formal, demandariam a atenção de diferentes agências de fiscalização e controle, incluindo as polícias. “Mas, ao não atuarem de forma integrada e existir fricções federativas e entre órgãos de Estado, não surpreende que muitos dos pontos identificados sejam exatamente aqueles locais/municípios com maiores taxas de mortes violentas intencionais”, diz Anuário Brasileiro de Segurança Pública, divulgado na última quarta-feira.

O estudo contatou que, na disputa por quem tem a competência legal para atuar no território, as brechas são criadas pela falta de governança e coordenação. E que tais brechas têm sido utilizadas pelas redes de ilegalidades que, muitas vezes estão conectadas e atuando de forma articulada.

Também diz que a Amazônia estaria convivendo com um fenômeno já observado nos grandes centros urbanos do país, que consiste da ampliação do controle territorial por facções de base prisional e por milícias, que exploram diferentes redes de ilegalidades, mas o foco do debate tem sido deslocado por falsas oposições entre desenvolvimento sustentável e soberania.

Fonte: 18horas

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