Em meio aos escândalos presentes no Governo do Amazonas durante a gestão de Wilson Lima, uma possível nomeação para o setor público da saúde chama atenção. Desta vez, o Estado pretende nomear o Coronel Mário Flávio Brayner, no momento em que há várias suspeitas de coronéis envolvidos na compra superfaturada de vacinas Covaxin. Em 2019, uma viagem milionária do grupo coronéis do exército pela Europa ganhou repercussão na imprensa nacional, pelo alto custo, hotéis luxuosos e agenda turística.

Vacina

Durante os trabalhos de investigação da CPI da Pandemia no Senado Federal, foi apontado uma nova fase com o escândalo das compras das vacinas Covaxin, onde surgiu o suposto esquema de corrupção na compra da vacina indiana com a participação de coronéis do exército. Documentos obtidos pela CPI mostram que o valor contratado de US$ 15 (dólares) por vacina, sendo R$ 80,70, ficou bem acima do preço inicialmente previsto pela empresa Bharat Biotech, de US$ 1,34 por dose. A aquisição da Covaxin chama atenção porque a recusa do imunizante da Pfizer se deu porque o preço seria alto demais, mas a dose da Covaxin saiu por US$ 5 a mais. A aquisição seria de 20 milhões de doses do imunizante, no valor total de R$ 1,6 bilhão, correspondendo ao superfaturado em 1000%. A compra não foi finalizada porque o escândalo estourou antes.

Contratação

Segundo os bastidores políticos, o coronel Coronel Mário Flávio Brayner será nomeado para o cargo de secretário executivo da Secretaria de Estado de Saúde do Amazonas (SES-AM), antigo cargo do ex-secretário João Paulo Marques, preso pela Polícia Federal na Operação Sangria que investiga a compra superfaturada de ventiladores pulmonares pelo Governo do Estado em uma loja de vinhos. Além disso, a PF investiga outros crimes como peculato, lavagem de dinheiro e organização criminosa com a participação da cúpula do Governo.

Europa

Em 2019, um escândalo envolvendo o Coronel Mário Flávio Brayner repercutiu na imprensa nacional, porque o Exército gastou milhões de reais em um tour de coronéis pela Europa. Com a justificativa de estudos e qualificação no país, os oficiais da Escola de Comando e Estado-Maior do Exército levaram as mulheres para um roteiro de sonhos que saiu do bolso do brasileiro, sem saber ou não, nós pagamos pela viagem.

Tour

O roteiro dos coronéis começou por Paris com o dia livre, mas com opção de conhecer o Palácio de Versalhes, seguindo para a Galeria Lafayette, uma luxuosa loja de departamentos que impressiona pela arquitetura, onde ficaram mais um dia. O grupo seguiu para Bruxelas, na Bélgica, com atividades para os coronéis mas liberado para as esposas curtirem a cidade. O próximo roteiro foi a Alemanha, começando pelas cidades de Munster e Hamburgo. A última parada foi Berlim, onde os casais puderam visitar o imponente castelo de Charlottenburg. De volta ao Brasil, eles ganharam uma folga para se recuperar do cansaço da viagem. Esse roteiro da Viagem de Estudos Estratégicos ao Exterior é promovido pelo Curso de Política Estratégica e Alta Administração do Exército (CPEAEx), da Escola de Comando e Estado-Maior do Exército (Eceme). Em 2017, essa mesma viagem custou pelo menos R$ 1 milhão.

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