Acabou a amizade? O Ministério das Relações Exteriores da Venezuela repudiou um comunicado do governo brasileiro, que manifestou preocupação com o processo eleitoral no país presidido por Nicolás Maduro. Para o governo venezuelano, a nota do Itamaraty é “intervencionista” e “parece ter sido ditada” pelos Estados Unidos.

A Venezuela afirma que o Brasil está cheio de “ignorância”, e que Maduro “em nenhuma hipótese emite ou emitirá juízos de valor” sobre a política do Brasil.

O Ministério das Relações Exteriores exaltou o fato de o presidente brasileiro, “de maneira direta e sem ambiguidades”, ter condenado as sanções impostas pelos EUA à Venezuela. O bloqueio — definido como “criminoso” — foi adotado com o objetivo de “prejudicar nosso povo”, conclui o governo venezuelano.

Brasil contra Maduro

O Itamaraty divulgou o comunicado após a autoridade eleitoral venezuelana, controlada por Maduro, vetar a candidatura da coalizão opositora, liderada por María Corina Machado, favorita nas pesquisas.

“Com base nas informações disponíveis, observa que a candidata indicada pela Plataforma Unitária, força política de oposição, e sobre a qual não pairavam decisões judiciais, foi impedida de registrar-se, o que não é compatível com os acordos de Barbados. O impedimento não foi, até o momento, objeto de qualquer explicação oficial”, destacou o Itamaraty na nota.

“Com base nas informações disponíveis, observa que a candidata indicada pela Plataforma Unitaria, força política de oposição, e sobre a qual não pairavam decisões judiciais, foi impedida de registrar-se, o que não é compatível com os acordos de Barbados. O impedimento não foi, até o momento, objeto de qualquer explicação oficial.”

Inscrito em último momento, o governador do estado de Zulia, Manuel Rosales — adversário do ex-presidente Hugo Chávez—, será o principal adversário de Maduro na disputa.

“O Brasil está pronto para, em conjunto com outros membros da comunidade internacional, cooperar para que o pleito anunciado para 28 de julho constitua um passo firme para que a vida política se normalize e a democracia se fortaleça na Venezuela, país vizinho e amigo do Brasil.

O Brasil reitera seu repúdio a quaisquer tipos de sanção que, além de ilegais, apenas contribuem para isolar a Venezuela e aumentar o sofrimento do seu povo”.

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