A advogada Catharina Estrela, que defende a Conselheira Yara Lins no caso da denúncia de agressão dentro da Corte de Contas, ingressou nesta segunda-feira (9) com uma petição na presidência do Tribunal de Contas do Estado (TCE-AM), cobrando atitude do presidente do órgão, Conselheiro Érico Desterro, em relação ao Conselheiro Ari Moutinho.
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Além do TCE, Yara Lins fez a denúncia na Polícia Civil, no Conselho Nacional de Justiça (CNJ), na Procuradoria Especial da Mulher da Assembleia Legislativa do Amazonas (Aleam), assim como a denúncia já chegou às mãos do Ministro do Superior Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes.
Desterro, que minimizou o episódio a um “incidente”, ainda não disse o que vai fazer.
DENÚNCIA
Na última sexta-feira a Conselheira convocou uma coletiva de imprensa para denunciar o colega de TCE. Ela afirma que foi chamada de “vadia”, “puta” e outras palavras de baixo calão.
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“Não está aqui a conselheira, está aqui uma mulher. Uma mulher que foi covardemente agredida no Tribunal de Contas, dentro do plenário, antes da eleição para me desestabilizar […]. Eu fui cumprimentar o conselheiro Ari [Ari Moutinho]. Eu disse: ‘bom dia’, e ele respondeu: ‘bom dia, nada. safada, puta [sic], vadia [sic]’”, relatou.
Yara Lins disse que Ari prometeu usar sua influência junto ao Ministério Público e outros órgãos federais como o Superior Tribunal de Justiça (STJ) para prejudicar a conselheira.
“Eu não aceito ameaças. Eu quero justiça e que punam o agressor para que acabe a violência contra as mulheres. Eu peço justiça das autoridades”.
Crimes
A advogada Catharia Estrela disse que Ari pode ser indicado por pelo menos três crimes. “Se verifica três crimes: injúria – no momento que ela foi xingada no exercício da função; verifica também o crime de ameaça e uma tentativa de tráfico de influência de poder”, ressaltou a advogada.
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“Mulheres em espaço de poder ainda são agredidas. Em um vídeo, é possível ver as agressões verbais. A doutora Yara precisou tomar providências na Justiça para manter a sessão, pois havia um grupo que tinha interesse em adiar as eleições”, afirmou a advogada.