Quinta-feira, 11 Setembro

Diante de uma agressão verbal contra a única mulher Conselheira do TCE, fato grave ocorrido dentro do plenário da Corte e protagonizado por um Conselheiro, a nota do presidente do Tribunal de Contas do Estado do Amazonas sobre o caso soou como uma confissão de desprezo.

Nenhuma menção de que está ao lado da colega agredida, e o uso do termo “incidente”, notabilizam a falta de empatia.

Érico Desterro ignora o sofrimento de Yara Lins e a agressão que ela revela ter sofrido do Conselheiro Ari Moutinho. E ainda insinua que em vez de denunciar publicamente e com com transparência o que sofreu, ela deveria ter procurado canais internos do TCE.

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Desterro oferece para Yara um “sistema de integridade institucional, com códigos e comitês de ética pública, comissões de enfrentamento a qualquer espécie de assédio e discriminação, possuindo canais efetivos de comunicação de quaisquer irregularidades e desvios de conduta”.

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Mas, na nota, não oferece solidariedade à colega e posicionamento contrário ao ato, preferindo dizer que não sabia de nada e, portanto, não poderia fazer nada, pois “não se encontrava presente, informa que não recebeu qualquer comunicação ou solicitação referente ao assunto ocorrido e que, igualmente, não foi previamente informado sobre a entrevista coletiva concedida na data de hoje”.

Veja a nota:

O Tribunal de Contas do Estado do Amazonas, por seu Presidente, em atenção a diversas solicitações de manifestação sobre o alegado incidente havido entre membros do Tribunal Pleno, no último dia 03 de outubro, na Sessão da Primeira Câmara na qual não se encontrava presente, informa que não recebeu qualquer comunicação ou solicitação referente ao assunto ocorrido e que, igualmente, não foi previamente informado sobre a entrevista coletiva concedida na data de hoje.

O presidente enfatiza, ainda, que o Tribunal de Contas, durante os últimos dois anos, implementou um sistema de integridade institucional, com códigos e comitês de ética pública, comissões de enfrentamento a qualquer espécie de assédio e discriminação, possuindo canais efetivos de comunicação de quaisquer irregularidades e desvios de conduta, inclusive com tratamento diferenciado às questões relacionadas às mulheres.

Érico Xavier Desterro e Silva

Presidente do TCE-AM

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