Médica que chefiava o centro de saúde do Tribunal de Justiça de Roraima (TJ-RR) foi exonerada do cargo por aplicar vacinas contra a Covid-19 de maneira irregular dentro da instituição. Segundo denúncias, essas vacinas teriam sido desviadas da Operação Acolhida, força-tarefa que atende refugiados venezuelanos no Brasil.

Além de servidora do TJ, Mariângela Nasário Andrade também era integrante da Operação Acolhida, onde coordenou o hospital de campanha montado durante a pandemia. A servidora foi exonerada do cargo de coordenadora do Centro Médico e de Qualidade de Vida do Tribunal de Justiça no último dia 13. O TJ confirmou à reportagem da Folha de São Paulo que houve a aplicação de vacinas de forma irregular na instituição e que esse foi o motivo da demissão da servidora. Segundo o órgão, a aplicação ocorreu nos dias 12 e 13 de julho.

O TJ não informou, porém, quem recebeu as vacinas aplicadas no local. Segundo as denúncias, os imunizantes podem ter sido aplicados em juízes —algo que a Associação dos Magistrados de Roraima nega.

Venezuelanos que ingressam no país e se dirigem aos postos da Operação Acolhida em Pacaraima são imunizados contra a Covid. Após mais de um ano de fronteira fechada devido à pandemia, a entrada de refugiados dessa nacionalidade voltou a ser permitida no dia 23 de junho, ainda que em quantidade restrita —primeiro 50 por dia, agora 300.

Nesta terça-feira (20), o senador Telmário Mota (PROS-RR) divulgou um vídeo dizendo ter recebido a denúncia sobre a aplicação de vacinas desviadas da Operação Acolhida em juízes do estado. “Se isso é verdade, por que demitir só os pequenos? Os magistrados não vão ser penalizados? Têm que ser penalizados, ninguém está acima da lei”, disse.

Fonte: Folha de São Paulo

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