O ex-prefeito Arthur Virgílio (PSDB-AM) divulgou um áudio onde rebate denúncias contra ele sobre ter concedido gratificação de 500% a cinco servidores da Casa Civil da Prefeitura de Manaus e diz estar sofrendo perseguição política. 

O político diz que recebeu uma notificação assinada pela promotora Cley Barbosa Martins, do Ministério Público do Estado do Amazonas (MPE-AM), anunciando que seria processado por improbidade administrativa e afirma não conhecê-los, além de não ter assinado nenhum dos atos.

“Segundo o que levantei, essas vantagens funcionais foram concedidas pelo meu vice-prefeito de então e por um vereador que, em período eleitoral, me substituiu em face de viagem que fiz para fora do Amazonas”, diz Arthur em um trecho do áudio.

Ainda na gravação com pouco mais de 4 minutos, Arthur Virgílio Neto revela estar sendo vítima de perseguição política para que outras denúncias de corrupção sejam tiradas do foco. 

“O esquema é pérfido porque é “comandado” pelo governador e seus patrões e por um senador cuja vida pública salvei a duras penas sem saber que, anos depois, ele seria acusado de envolvimento de proa com a chamada Operação Maus Caminhos. Aliás, é irônico que um senador, envolvido em desvio de dinheiro público destinado à saúde, possa ser indicado para presidir uma CPI que, supostamente, visa a encontrar e indiciar pessoas sem caráter, que tenham praticado a monstruosidade de subtrair dinheiro destinado à proteção de tantas vidas”, diz em outra parte da gravação referindo-se ao governador Wilson Lima e o senador Omar Aziz.

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Injustiça não! – O primeiro capítulo da verdade – A perseguição política a minha família e a mim é fato notório. Perdem tempo e se envenenam porque inverdades não arranham uma biografia de 43 anos de vida pública sem rasuras. O esquema é pérfido porque é “comandado” pelo governador e seus patrões e por um senador cuja vida pública salvei a duras penas sem saber que, anos depois, ele seria acusado de envolvimento de proa com a chamada Operação Maus Caminhos. Aliás, é irônico que um senador, envolvido em desvio de dinheiro público destinado à saúde, possa ser indicado para presidir uma CPI que, supostamente, visa a encontrar e indiciar pessoas sem caráter, que tenham praticado a monstruosidade de subtrair dinheiro destinado à proteção de tantas vidas.

Recebi uma notificação assinada pela promotora Cley Barbosa Martins, do Ministério Público do Estado do Amazonas (MPE-AM), anunciando que eu seria processado por improbidade administrativa, por ter, segundo ela, concedido gratificação de 500% a cinco servidores da Casa Civil da Prefeitura de Manaus. E a referida autoridade já estipula quanto eu teria de devolver aos cofres públicos, fala em condenação e eu quase me bendigo por não haver pena de morte no Brasil. Os cinco funcionários são: Alci Ferreira da Silva, Dolores Swamy Souza Melo, Glenda Ramos de Oliveira, Raimunda Moura Santos e Vinicius Lima de Queiroz.

Adianto aos meus conterrâneos e à ilustre promotora:

– Não reconheço nenhum desses nomes;

– Não assinei nenhum desses atos.

Segundo o que levantei, essas vantagens funcionais foram concedidas pelo meu vice-prefeito de então e por um vereador que, em período eleitoral, me substituiu em face de viagem que fiz para fora do Amazonas.

Uma vez esclarecido o mais que lamentável equívoco da eminente promotora, registro que improbidade é o senador Omar Aziz e seus parceiros terem desviado, segundo o Ministério Público Federal (MPF) e a Polícia Federal (PF), cerca de R$260 milhões na esteira criminosa da Operação Maus Caminhos. Improbidade é o esquema, já rotineiro, de assalto aos cofres públicos do Amazonas. Improbidade é o fantoche Wilson Lima ter adquirido ventiladores, e não respiradores, a valores superfaturados em casa de vinho.

Levando em conta o desejo incontido da respeitável promotora de fazer justiça, pergunto, com muito acatamento, em que pé estão as investigações sobre o escândalo debochado dessa compra de supostos aparelhos contra a Covid-19 em loja de vinhos? E as chacinas que acontecem comumente em Manaus e sempre parece que não aconteceram? Em que bolsos estão os dinheiros que deveriam ter servido para a construção da “Cidade Universitária”? Em que pé estão as investigações sobre a gangue da Maus Caminhos, que envolve dinheiro federal e estava sendo tocada pelo Ministério Público Federal e pela Polícia Federal e, de repente, passaram à esfera do Ministério Público do Estado do Amazonas (MP-AM) e da Polícia Civil?

Essa manobra para tirar a Maus Caminhos do Ministério Público Federal, que tem sede de punir os celerados e entregar o caso para o Ministério Público do Amazonas, é um tapa na face dessa instituição tão digna. A sociedade vai entender que tem gente, com assento no Senado, que só trabalha com mesquinharias e intrigas e que julga ser bom para a quadrilha sair do MPF e da PF para a esfera estadual, como se a maioria do MP-AM não fosse composta de profissionais tão honrados quanto os do Ministério Público Federal e da Polícia Federal.

A quadrilha da Maus Caminhos também cuspiu na decente justiça do Amazonas, ao conseguir, a peso de politicagem e instinto de rato fugindo, retirar o feito da Justiça Federal, passando-o para o Tribunal de Justiça do Estado do Amazonas (TJ-AM), que meu avô, desembargador Arthur Virgílio, tanto honrou, como se o perigo de punição não existisse no TJ-AM.

A quadrilha, além de roubar dinheiro que teria salvo milhares de vidas, ainda se acha com “legitimidade” para tratar o tradicional e vetusto Tribunal de Justiça do Amazonas como se ele fosse pasto para seus instintos insaciáveis de cleptomaníacos.

Esse, caros leitores e leitoras, é o primeiro capítulo da verdade. Até amanhã!”

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