Quinta-feira, 11 Setembro

Em mais um caso de descaso com a saúde pública, Wilson Lima (UNIÃO) pode deixar moradores da zona Norte de Manaus sem atendimento de urgência e emergência, além de exames em geral. Isto porque, nesta segunda-feira (09), o Núcleo de Investigação do PAB recebeu uma denúncia informando que o Governo do Estado está há 4 (quatro) meses sem pagar a empresa que administra o Complexo Hospitalar Zona Norte (CHZN) que abriga o Hospital Delphina Rinaldi Abdel Aziz e a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) Campos Salles, que afirmou paralisar os atendimentos caso o Estado não efetue os pagamentos.

No ofício, destinado à Nayara Maksoud, titular da Saúde do Estado, o Instituto Nacional de Desenvolvimento Social e Humano – INDSH –, Organização Social de Saúde (OSS) que administra o CHZN, afirma haver atraso nos repasses dos meses de junho a agosto deste ano, ainda com o mês de setembro vencendo hoje. Além destes, o pagamento do piso da enfermagem referente ao mês de junho também está atrasado.

Ofício enviado pelo INDSH à SES-AM

Segundo o Instituto, o atraso nos repasses ‘impossibilita o prosseguimento da assistência, vez que este INDSH não conta com repasses de nenhuma outra fonte, nem mesmo nenhum outro tipo de proventos financeiros para pagamento de prestadores de serviços.’

Leia mais: Wilson Lima vai comprar 811 mil fraldas após gastar R$ 19 milhões e pacotes sumirem da CEMA

A OS destaca, ainda que, o atraso nos pagamentos acarreta sérias consequências aos pacientes e ‘graves prejuízos à gestão’.

Cumpre ressaltar que os atrasos nos pagamentos, além de descumprimento contratual, ensejam em graves prejuízos à gestão, não existindo possibilidade de manter pacientes internados, cirurgias, consultas, serviços de SADT, transplantes, atendimentos de urgência e emergência e demais.

INDSH

O Instituto foi contratado por R$ 172.120.805,00 (Cento e setenta e dois milhões, cento e vinte mil e oitocentos e cinco reais), em abril de 2019.

Publicação do Contrato firmado entre o Governo do Estado e o INDSH / Fonte: Portal da Transparência

Ainda no ofício, a OS especifica os meses e valores pendentes a serem recebidos do Governo. Até então, os meses de junho, julho, agosto e setembro estão em aberto no valor de R$ 26.415.122,00 (Vinte e seis milhões, quatrocentos e quinze mil e cento e vinte e dois reais). Além disso, o piso da enfermagem, referente ao mês de junho deste ano, no valor de R$ 1.625.314,20 (Um milhão, seiscentos e vinte e cinco mil, trezentos e catorze reais e vinte centavos).

Ofício enviado pelo INDSH à SES-AM

No total, a dívida do Estado com a empresa já perfaz o montante R$ 107.285.802,20 (Centro e sete milhões, duzentos e oitenta e cinco mil, oitocentos e dois reais e vinte centavos).

Leia mais: Mãe de bebê perfurado na Ana Braga reage a Wilson Lima e secretária: ‘desumano’

Segundo o ofício, o INDSH afirmou que, a partir de hoje (10), “ocorrerá a suspensão dos serviços, visando salvaguardar os pacientes já internados.” Segundo eles, devem ser suspensos os serviços de “anatomopatológico, USG, tomografia e ressonância com e sem sedação, podendo ser suspensos, posteriormente, outros serviços, caso não haja a resolução com brevidade”.

Leia mais: Wilson Lima ignora decisão do TCE e anunciará empresa que comandará Hospital 28 de agosto

O Núcleo de Investigação do PAB solicitou uma nota da Secretaria de Saúde buscando o posicionamento da pasta referente ao caso, mas até o fechamento da matéria não obtivemos resposta por parte da SES.

Solicitação de Nota à SES-AM
Exit mobile version