Sexta-feira, 12 Setembro

A influenciadora digital Karina Santos, de 30 anos, vem sofrendo diversos ataques preconceituosos, incitação ao suicídio e ameaças de morte, após uma de suas publicações ser compartilhada pela ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro. A Polícia Civil investiga.

Karina é do Recife, em Pernambuco, e se descreve nas redes sociais como “terrivelmente petista” e “comunicadora popular”. Ela foi hostilizada com mensagens xenofóbicas e machistas nas redes sociais, e alguns seguidores de Michelle Bolsonaro chegaram a dizer que a matariam, segundo as mensagens que ela expôs.

A ex-primeira-dama postou uma foto da conta de Karina e escreveu na legenda: “Terrivelmente petista. Como uma boa comunista-caviar ama um dinheirinho?”.

Ameaças
Karina diz que recebeu mensagens com diversos tipos de ameaças violentas. Uma delas fazia até referência a Adélio Bispo Oliveira, acusado de ter esfaqeuado o então candidato à presidência Jair Bolsonaro, em 2018.

“Quero um Adélio na sua vida”, escreveu um internauta. Outra pessoa disse desejar que caísse uma bomba para “desaparecer (sic) todos vocês [nordestinos] lixos”.

A influenciadora procurou a Polícia Civil para registrar um boletim de ocorrência. Segundo ela, todas as pessoas já foram identificadas, mas ainda não foram intimadas a depor, por estarem em outros estados. Alguns chegaram a pedir desculpas após a repercussão do caso.

“Os ataques, depois que dei notícia nas redes das denúncias formais junto à Polícia Civil, diminuíram sensivelmente. Algumas pessoas chegaram a pedir desculpas nos comentários e nas mensagens inbox, mas não vou desculpar! As pessoas têm que ter responsabilidade com o que dizem e fazem nas redes, não pode ser terra sem lei”, ressalta.

Muitos bolsonaristas começaram a fazer denúncias em massa do perfil de Karina nas redes sociais, mas ela conta que cresceu em número de seguidores devido à solidariedade das pessoas. “Eles me ameaçaram e tentaram me calar ao mesmo tempo, pra não me dar chance de me defender publicamente”, conclui.

Em nota, a Polícia Civil de Pernambuco informou que registrou a ocorrência no dia 10 de janeiro. Um inquérito policial foi instaurado para apurar todos os fatos. As investigações seguem até o esclarecimento total do caso.

*Com informações do Terra e O Globo

Exit mobile version