Agora é oficial. Foi protocolado na Polícia Federal o pedido de prisão da secretária de Saúde de Roraima, Cecília Lorenzon, do marido dela, o empresário Fernando Basso, e do servidor da Sesau, Harison Moraes da Silva, acusados de destruição de provas da Operação Hipóxia, que investiga fraudes, desvios e corrupção na pasta.
Como o Portal Alex Braga mostrou na última quinta-feira (14), assim como o o programa Sem Mordaça da TV Band Roraima, os três são suspeitos de unir forças para queimar medicamento no sítio do técnico da Sesau lolizado em Cantá.
O portal Alex Braga teve acesso ao pedido protocolado nesta segunda-feira (18) na PF. onde a destruição dos medicamentos já vem sendo alvo de investigação. “Diante de todo o exposto, requer seja recebida a presente denúncia e determinada a prisão
cautelar dos denunciados com base na destruição de provas demonstrada visando a
conveniência processual”, diz trecho do documento.
OPERAÇÃO HIPÓXIA
A Polícia Federal deflagrou, no último dia (6/9), a operação Hipóxia, em parceria com a Controladoria-Geral da União (CGU) e com o Ministério Público Federal (MPF). O objetivo é apurar suspeita de superfaturamento na execução de um contrato para serviços de recarga de oxigênio ao Distrito Sanitário Especial Indígena – Yanomami (DSEI-Y).
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As investigações iniciaram a partir de uma denúncia recebida pelo MPF. Com o apoio da CGU, foram identificadas várias irregularidades em uma contratação de serviços de recarga de oxigênio destinado aos Yanomami. Há indícios de direcionamento do resultado do certame, bem como atesto de notas fiscais fraudulentas. De acordo com as investigações, a suspeita é de que 89,89% do valor pago pelos oxigênios à empresa vencedora não tenha sido entregue ao órgão indigenista.

Neste mesmo dia, a PF cumpriu mandado na casa da secretária da Secretaria de Saúde de Roraima (Sesau), Cecília Lorenzon. O alvo era o marido dela, o empresário Wilson Fernando Basso.
A investigação aponta a aquisição de cerca de 4.500 recargas de três tamanhos de cilindros de oxigênio ao longo de 2022. Todo este material deveria ter sido distribuído para comunidades Yanomami, por meio do polo de atendimento em Surucucu. No entanto, apenas 10% do cilindros teria sido entregue, num esquema que desviou R$ 964.544,77 da saúde Yanomami.
ROGER, CECÍLIA E MAIS SUSPEITAS
A operação resultou ainda na prisão do empresário Roger Pimentel, que acabou preso. Ele é dono da BALME EMPREENDIMENTOS, e era proprietário da RH EMPREENDIMENTOS, atual UPMED FARMA de Wilson Basso, marido da secretária Cecília Lorenzon.
A BALME EMPREENDIMENTOS, do empresário Roger Henrique Pimental, já foi alvo da PF em 2022 por suspeita de desvio de medicamentos do povo Yanomami e voltou a ser investigada na operação que apura suspeita de superfaturamento na execução de um contrato para serviços de recarga de oxigênio ao Distrito Sanitário Especial Indígena – Yanomami (DSEI-Y).
A aproximação e intimidade com a família de Lorenzon rendeu bons lucros ao empresário, agora procurado pela PF. De 2019 até fevereiro de 2023, Roger Henrique abocanhou do Governo de Roraima e do Ministério da Saúde mais de R$ 5 milhões com a empresa BALME EMPREENDIMENTOS, que apesar de ser investigada pelo Ministério Público, continuou prestando serviços na área da saúde pública no Estado.