Mais uma operação foi deflagrada no Amazonas para investigar crimes que envolvem a cúpula, desta vez, da segurança pública. A Operação Garimpo Urbano prendeu o secretário de Inteligência do Amazonas (Seai), Samir Freire, e mais três policiais. O Ministério Público do Amazonas (MPAM), negou pedido de habeas corpus e a prisão temporária dos presos permanece por 30 dias.
Operação
O Ministério Público do Amazonas (MPAM) recorreu da liminar concedida em Habeas Corpus ao secretário de Inteligência de Amazonas (Seai),e aos policiais Jarday Bello, Adriano Frizzo e André Silva Costa, presos na última sexta-feira, 9, durante a Operação Garimpo Urbano deflagrada pelo Grupo de Atuação Especial e Combate ao Crime Organizado (Gaeco) com apoio da Polícia Federal (PF).
Prisão
Segundo nota enviada a esta coluna, o Ministério Público do Estado do Amazonas (MPAM), informou que por meio do Gaeco “recorreu da liminar concedida em Habeas Corpus que reduziu a temporária de 30 para 5 dias. O recurso interposto foi provido e, assim, voltou a prevalecer o prazo de 30 dias para prisão temporária”, disse.
Ouro
A Operação Garimpo Urbano investiga as ações dos agentes públicos ligados à cúpula da Segurança Pública do Estado do Amazonas (SSP-AM), que estariam envolvidos na subtração de ouro apreendido durante as batidas policiais, inclusive utilizando a estrutura do órgão para ameaçar os transportadores. Segundo a Polícia Federal, através da estrutura e expertise da Secretaria Executiva Adjunta de Inteligência (SEAI), os alvos eram monitorados para a abordagem e subtração do ouro.
Proprietário
Após a deflagração da operação foi divulgado pelos veículos de comunicação o depoimento de um proprietário do ouro que foi subtraído pelos suspeitos. No dia 27 de janeiro, Heliomar Moura Ribeiro, relatou que sofreu ameaças de um coronel da Polícia Militar e que no dia 25 de janeiro, o carro onde estavam as barras de ouro, recebeu abordagem policial, onde os agentes alegaram que receberam denúncia de tráfico de drogas com as características daquele veículo. Após revistarem o carro, os policiais encontraram barras de ouro no interior do veículo.
Roubo
De acordo com o depoimento, na abordagem houve a subtração de mais de 38,5 kg de ouro. O material apreendido em uma batida programada, foi parar na Secretaria de Inteligência (Seai), onde nenhum auto foi lavrado. Segundo relatado, o fato do proprietário do ouro ir até a polícia fazer a denúncia, fez com que o coronel Daniel Piccolotto, marcasse um encontro com Heliomar no Batalhão de Cavalaria da Polícia Militar, onde devolveu 11 barras, menos de 20% do produto roubado, dizendo que era para deixar tudo como estava, porque tinha “pessoal da Secretaria de Inteligência envolvida”.
Bastidores
O chefe do executivo amazonense está cada vez mais acuado com as inúmeras operações sendo deflagradas na capital e também no interior do Estado. De acordo com uma fonte palaciana, o governador Wilson Lima, que está praticamente sem chance de reeleição, teria a intenção de utilizar o aparato da segurança pública em uma estratégia eleitoral que já está causando constrangimento entre autoridades e políticos da capital e do interior. “Para mim isso é chantagem mesmo”, disse a fonte.